Chega de ficar bolando planos mirabolantes pra reconquistá-lo, de criar novas teorias, fundar éticas autorais e anunciar o advento de valores que devam guiar a ação, só pra convencê-lo a lhe aceitar de volta, ainda que só como amigo...
É hora de encarar que você será apagada e que o melhor a fazer é apagá-lo também, por mais doloroso que possa ser e por mais que insista em sobreviver a esperança de ser como em Eternal Sunshine of the Spotless Mind: após o esquecimento completo um do outro, um encontro e tudo recomeça outra vez...

É bom também já ir se preocupando em criar vida nova, fazer outros laços, construir novas histórias, pra não definhar com essa dor. Dessa vez, fazendo pelo menos a sua parte, ainda que com a consciência sempre a incomodar de que o risco é alto. Grande é a probabilidade de fazerem contigo o que tu fez com ele. Mas aí é bom também aprender com os do outro, que é preciso deixar o terreno fértil e cultivar o que você queira: sinceridade, amor, companhia... Que é preciso deixar o outro em liberdade pra poder cobrar qualquer coisa, que fazer exigências sob ameças é também convardia, autoritarismo e violência disfarçada de liberdade. Mas saber que ainda assim haverá sempre a possibilidade de ser enganada, traída, o que não significa que não te amem. Então, saber lidar com a natureza da imperfeição humana e continuar, sem se aproveitar do erro do outro fazendo dele trapolim.
E o mais difícil: aceitar que talvez, na modernidade tardia pós alguma coisa seja assim mesmo. Os laços são tão provisórios como os cadastros das pessoas nos fotologs, blogs, twitters e formspring: cria-se uma página, usa-se, depois, quando enjoar, ela não lhe servir mais ou simplesmente começar a dar defeito, apaga-se ou abandona-se, em um só click ou nem isso, sem dor ou remorso. E talvez seja hora de você começar a ser assim também:

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