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terça-feira, 17 de novembro de 2009
Na estrada
Para mim não há nada melhor do que sentar numa poltrona acochoada de ônibus de viagem, por mais surrada que seja, e partir. Se eu pertencesse a classe mais abastada da sociedade provavelmente falaria em sentar numa poltrona acochoada de avião, mas não sei se por despeito, ignorância ou sabedoria, prefiro assim. Gosto de olhar pela janela e ver o mundo passar rádipo. Passam metrópoles e vilarejos; caatingas, mangues, canaviais; pessoas, crianças, animais... gosto da sensação de ver o mundo passar, passar, passar... mesmo sabendo que na verdade quem passa sou eu.
Sentada na poltrona surrada e vendo o mundo passar, uma leve onda de adrenalina costuma tomar conta de mim, pelo menos nas primeiras horas ou em um momento ou outro da viajem. Tenho vontade de desbravar cidades, me atirar ao desconhecido, sumir até que o fantástico me alcance. Sem deixar rastros, cair no esqucimento dos que ficaram para trás.
Enquanto o mundo passa, o que ficou vai perdendo o sentido. Vai ficando junto com as coisas que vão passando. Até que nada mais importa, só eu, o mundo e a estrada.
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Um comentário:
Eu sinto isso tambem. Ah, dinheiro pra viajar, nem que seja pouquim...
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